A fundação do Apodi
Pelos seus dados biográficos, encontrados nos documentos históricos em nosso poder, não completara Manoel Nogueira Ferreira 25 anos de idade, quando pisou pela primeira vez o solo da antiga Podi, em 1680. Não encontrando maiores dificuldades, inicialmente, para conquistar os indígenas aqui estabelecidos, é de supor que fosse um bom conhecedor dos seus costumes e hábitos, pois isto facilitava a aproximação com os índios.
Tempos depois, por razões na frente relatadas, surgiu forte incompatibilidade entre colonizadores e nativos, de graves conseqüências, resultando na morte de Baltazar Nogueira, irmão de Manoel, em luta travada nas proximidades da lagoa Apanha Peixe, com os índios paiacus.
A cobiça dos irmãos Nogueira, pela terra que acabavam de descobrir e que logo reconheceram ser de excelente qualidade, com possibilidade de fazê-los progredir na exploração da agricultura e da pecuária, da caça e da pesca, deve-lhes ter despertado a idéia de afastar, o quanto antes, os primitivos moradores que aqui encontraram. Este era, de modo geral, o pensamento dos colonizadores da época, egressos de bandeiras e entradas, muitas vezes, e, como sempre, impiedosos depredadores das comunidades indígenas.
Assim, a velha aldeia da ribeira do Apodi tinha que sofrer, também, com a presença do elemento civilizado que acabara de aportar na terra apodiense. A quietude da paisagem nativa, a paz e a tranqüilidade da família
tribal aqui radicada, passaram a ser abaladas a partir daquele momento.
Naquele tempo, a penetração do homem numa região desconhecida, hostil, exposto a perigos de toda ordem, exigia do desbravador, qualidades indispensáveis à conquista dos objetivos visados. Ser forte, corajoso e adaptado ao ambiente, eram condições necessárias para suportar as longas e duras caminhadas, de milhares de quilômetros, através de matas, rios e serras, onde as doenças, o índio bravio e as feras, eram uma ameaça permanente a esse tipo de aventura.
Foi justamente enfrentando tudo isto, desafiando todos aqueles obstáculos, que o jovem Manoel Nogueira veio esbarrar, numa de suas penetrações por regiões nordestinas, nas margens da Lagoa Itaú, que significa pedra preta. Com o correr dos tempos, passou a se chamar lagoa Apodi.
Tornara-se Manoel Nogueira Ferreira um dos primeiros desbravadores da região oestana do Rio Grande do Norte, penetrando pelo sul da província, procedente da Paraíba, para implantar os fundamentos iniciais da nossa economia agrícola e pastoril. Fazendo roçados, plantando, criando gado, abrindo estradas, construindo e implantando as primeiras vias de comunicação. Fundava-se Apodi.
A criação do Distrito data de 1766. O Município, criou-o, com território desmembrado de Portalegre, a Resolução do Conselho do Governo da Província, de
11 de abril de 1833, confirmada pela Lei provincial n.° 18, de 23 de março de 1835. Apodi obteve foros de Cidade pela Lei provincial n.° 988, de 5 de março
de 1887. É sede de Comarca, com 2 termos: Apodi e Itaú.
Histórico da formação administrativa de Apodi
Distrito criado com a denominação de Apodi, 1766.
Elevado à categoria de vila com a denominação de Apodi, pela Resolução do Conselho do Governo de 11-04-1833, confirmada pela lei provincial nº 18, de 23-03-1835, desmembrado de Portalegre.
Elevado à condição de cidade e sede municipal com a denominação de Apodi, pela lei provincial nº 988, de 05-03-1887.
Pela lei municipal de 09-01-1911, é criado o distrito de Itaú e anexado ao município de Apodi.
Em divisão administrativa referente ao ano de 1911, o município é constituído de 2 distritos: Apodi e Itaú. Assim permanecendo em divisão territorial datada de 1-VII-1950.
Pela lei estadual nº 1026, 11-12-1953, desmembra do município de Apodi o distrito de Itaú. Elevado à categoria de município.
Pelo Acórdão do Superior Tribunal Federal, de 13-09-1954, representação nº 217, o município adquiriu as terras do extinto município de Felipe Guerra, como simples povoado.
Em divisão territorial datada de 1-VII-1960, o município é constituído do distrito sede.
Pela lei estadual nº 2926, de 18-09-1963, o povoado de Felipe Guerra é elevado à categoria de município. Em divisão territorial datada de 31-XII-1963, o município é constituído do distrito sede. Assim permanecendo em divisão territorial datada de 2007.
Na Igreja Católica, as festas religiosas tradicionais em Apodi são: a de São João Batista, realizada em 24 de junho, e a de Nossa Senhora da Conceição, celebrada no dia 08 de dezembro. Apodi apresenta, desse modo, particularidade de possuir dois padroeiros. Além da religião católica, o município possui várias Igrejas Evangélicas, ainda conta também com o Centro Espírita Nova Vida.
Espetáculo "O Auto de São João Batista".
Eventos
Durante a programação dos festejos alusivos ao padroeiro São João Batista, destaca-se o espetáculo "O Auto de São João Batista", um dos maiores espetáculos a céu aberto do Estado. O auto é uma apresentação teatral que aborda como temática o martírio: vida e morte do santo padroeiro da paróquia de Apodi, São João Batista. O elenco é formado por artistas apodienses da Associação Raimunda Dantas (ARD) e, ocorre anualmente entre os dias 19 e 20 de junho, no adro da igreja matriz de Apodi.